Segunda aula

Estava no dormitório de minha Comunal já arrumando-me para assistir a primeira aula que teria com minha mãe, Feitiços. Era uma de minhas matérias favoritas, ao meu ver era a que mais exercia fascínio e interesse sobre mim. Já estava quase pronta. Meus longos cabelos loiros estavam soltos, caindo por meus ombros, trajava o belo uniforme da Lufa-Lufa, sapatos pretos e joias - um pequeno anel de prata com um grande topázio, que havia ganhado de aniversário de Chelsea, minha irmã gêmea. E para finalizar toda a produção, borrifei um pouco de meu perfume favorito, olhei-me no espelho satisfeita com o que via.

- Ficou legal. - Disse comigo mesma esboçando um sorrisinho enquanto dirigia-me até as janelas com a intenção de verificar como estava o tempo em Hogwarts.

Caminhei a passos largos, abri a cortina e o que vi foi um dia perfeito, onde o Sol reinava absoluto e não havia nenhuma nuvem. Fechei as cortinas apressadamente, peguei minha varinha que estava sobre a cama e a coloquei em um bolso do uniforme.

Saí apressadamente do dormitório, pois vi que já havia perdido muito tempo me embelezando. Andei a passos apressados pelos vários corredores e pelas malditas escadas de Hogwarts. - Sim, malditas. Elas se movem sozinhas e se você não tomar cuidado, acaba por parar em um lugar completamente diferente do destino desejado, o que quase aconteceu comigo. – Andei a passos largos e esperei todas as escadas pararem de se mover. Desci por todos os degraus (que pareciam não ter fim) o mais rápido que pude, quase tropeçando em alguns momentos e em outros ‘’atropelando’’ alguns alunos.

- Acho que esse castelo tem todos esses corredores e escadas justamente a propósito de atrapalhar a vida de um novato. – Pensei comigo mesma enquanto empurrava gentilmente outros alunos que atrapalhavam minha passagem.

A cada passo que dava (na verdade eu não estava dando passos, estava correndo feito uma louca, isso sim) era consumida aos poucos pela adrenalina e por várias outras emoções que não conseguia identificar ao certo. Depois de muito sofrer correr cheguei até a esperada sala de aula e notei que não haviam muitos alunos lá, o que me tranquilizou, pois pensava que havia perco a aula.

Assim que cheguei à sala de aula, procurei um lugar que não ficasse muito na parte frontal no local, mas que não fosse tão afastado. Quando avistei a mesa perfeita para mim, coloquei sobre ela a delicada mochila branca repleta de detalhes na cor rosa que era responsável por carregar todos os meus materiais escolares.

Em alguns instantes a aula começaria, e eu já podia sentir aquela ansiedade que beirava a borda de meu estômago e fazia com que eu ficasse nervosa e um tanto atrapalhada. Quando o resto dos alunos finalmente chegou, a belíssima professora de aparência jovem, que era ninguém mais do que minha mãe, começou a apresentar-se, e logo pediu pra que fizéssemos o mesmo.

Mamãe havia pedido para que eu começasse a apresentar-me, sorri para ela, e dirigi-me a turma. - Érm... Meu nome é Demetria Louise Mikayda Angst Pallas McBride, e como vocês podem perceber, sou da Lufa-Lufa. - Disse um tanto trêmula e nervosa.

Após todos os alunos finalizarem suas apresentações, a mamãe *u* professora retomou sua aula, e disse algo que primeiramente fez com que eu ficasse um tanto chateada, mas que logo fez com que eu sorrisse novamente. Ela falara que começaria com a teoria (coisa que odeio), mas pediu para que pegássemos nossos livros apenas quando fôssemos estudar.

Logo a professora Annie falou que iria passar uma pequena introdução a matéria que estudaríamos naquele ano. Peguei minha pena, tinta e pergaminho e comecei a escrever o texto.

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Os feitiços são nada mais do que palavras que, com certo poder em sua pronuncia e bom manuseamento da varinha, são capazes de grandes e poderosos feitos. Todos, sem exceção, vêm sendo usados pela comunidade bruxa desde o começo da vida. Dos mais pequenos e frágeis seres aos mais grandes e poderosos, todos vêm sendo utilizados para a comodidade do dia a dia de um bruxo, tanto para a criação e alegria, quanto para a destruição e tristeza. A história dos feitiços é incerta, não se sabe por onde ou por quem tudo começou, ou por onde ou por quem irá tudo se acabar. Os feitiços possuem um certo mistério dentro de si, ainda não desvendado pelos bruxos, que podem trazer grandes surpresas para a humanidade.

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Assim que havia acabado de copiar o texto, suspirei enquanto voltava minha atenção à professora. - Agora, acho que podemos brincar um pouco... - Dissera ela com um sorriso, o que fez com que eu ficasse ainda mais feliz, pois adorava brincadeiras. Logo fizera com que três portas surgissem apenas com um aceno de sua varinha. Mas antes ela pedira para que respondêssemos sua pergunta, ela queria saber de nós qual era a finalidade do feitiço Alohomora.

- O Alohomora é um feitiço usado para se abrir portas trancadas com magia. - Respondi a pergunta, enquanto ficava feliz por ter conseguido mais pontos para minha querida casa.

Ela acenou para as portas falando que teríamos que abri-las com o tal feitiço, e que no final encontraríamos uma surpresa. Logo ela fez sua demostração, apontou sua varinha e conjurou o tal feitiço, fazendo com que a porta antes trancada abrisse. Fiquei um tanto admirada com a maneira com que ela executou o feitiço, e sabia que algum dia iria ser tão boa quanto ela.

A professora Annie utilizou outro feitiço para trancar a porta, Colloportas, eu acho que esse era o nome, já que não sou muito boa em decorar esses nomes tão difíceis. Rapidamente pediu para que formássemos filas na frente de cada uma das portas para podermos praticar o feitiço. Quase dei um pulinho de alegria ao ouvir a professora falar que quem conseguisse abrir as portas, ganharia uma surpresa da Dedos de Mel.

Estava muito nervosa, e é claro que não queria ser a primeira a começar. - Ufa! - Suspirei aliviada ao perceber que era a última da fila em que estava.

Assim que todos os alunos da minha fila praticaram o feitiço com sucesso, finalmente chegara a minha vez. Minhas mãos estavam um tanto suadas e eu tremia um pouco, tentei me acalmar para conseguir executar o feitiço. Peguei minha varinha, apontei-a em direção a porta e pronunciei o feitiço. - Alouhomoura! - Acho que não tinha pronunciado de maneira correta, pois a porta continuava trancada. Tentei lembrar-me de quando a professora o pronunciou e voltei a realizar o feitiço. - Alohomora! - Logo para minha alegria, percebi que a porta havia aberto sob meu comando.

Caminhei em direção a porta e peguei o doce que encontrava-se lá: um sapinho de chocolate, que era meu doce bruxo predileto. Sem esperar mais, dei uma enorme mordida no doce, e escutei a professora anunciar que não teríamos dever de casa naquela aula, o que fez com que vários alunos presentes ali (incluindo eu) ficassem incrivelmente felizes. Assim que ela nos dispensou, fui até minha cadeira e peguei minha mochila, passei-a pelo ombro, caminhei até minha mãe dando um beijo em sua bochecha e finalmente saí da sala.