Chego aqui uns minutos antes da torre fechar para visitação. Consigo fazer eles me deixaram subir, mesmo com os seguranças dizendo que iam fechar em 10 minutos. Não ligo. Pego o elevador sem pressa e subo até o último andar possível.
Há algumas pessoas em volta, mas passo direto por elas e vou até o limite que é possível chegar do parapeito da Torro Eiffel. Olho Paris e suas luzes. Como eu sempre amei essa cidade. A cidade da luz. A cidade do amor. No momento, não há lugar mais inadequado para eu estar.
Sou discreta, mais um rosto comum, alguém que pode ser invisível quando quiser, o tipo de pessoa que não se olha por duas vezes. É por isso que ninguém nota quando eu atravesso as cordas de proteção. E chego ao limite. Exatamente ao limite.
Olho Paris uma última vez e então abro os braços. Sinto o ar gelado da noite batendo no meu rosto. Um ar forte e frio. Sinto frio. Algoo estranho pra se sentir num momento desse. Penso nos rostos das pessoas que eu amo. De quem eu vou sentir falta. Luke. Será que seria diferente se ele soubesse que aquela era sua última noite comigo? Acho que não.
Dou um passo para frente e largo meu corpo.
Caindo.
Estou caindo.
Mantenho a calma durante todo tempo. E fico consciente. Não sinto nada além do frio.
Fecho os olhos e continuo ouvindo o vento. E sentindo. Frio.
Sinto o impacto em meu corpo e depois nada.
ENCERRADO