Central Park

Aqui estava eu, meia hora antes da hora marcada, porque não conseguia mais passar um minuto sequer sem pensar em Vic. Como será que ela estaria?
Fico repassando o plano na cabeça. Algo arriscado, mas que eu esperava que desse certo. Reconheço uns dois aurores à paisana, sem chamar muita atenção, como Lissa e eu queríamos. Por isso, enquanto um deles estava tomando um sorvete, o outro corria ao redor do park.
Não via Lissa em lugar nenhum, mas tinha certeza que ela estava por aí. Os problemas se chamavam Tiago e Bella. Odiava ter que pensar que dependia deles, mas era a pura verdade. Tomara que eles fossem bem.
Fico de pé, andando de um lado para o outro, incapaz de sentar e ficar calmo.

Bella isn't Lyanna,

I got a hangover, wo-oh!
I've been drinking too much for sure
I got a hangover, wo-oh!
I got an empty cup
Pour me some more

Finalmente o dia da troca. Ted me disse um horário, Lissa outro. A diferença era de meia hora. Parece que Teddy não confia em mim quando se trata de horários. Ele está certo. Sempre chego meia hora mais tarde. Para que horários? São para idiotas.
Por isso acabei chegando na hora exata no Central Park. Trazendo Bella. Mas isso é uma parte insignificante.
Talvez você devesse ficar assim sempre. É bem melhor.
Falei assim que ela terminou de se 'transformar'. É estúpido a poção para mim. Sou perfeito, para que eu seria outra pessoa? Não faz nenhum sentido.
Relaxa, Ted. Já estou aqui.
Estava na cara que ele tinha medo que eu não aparecesse. Idiota. Uma das minhas milhares qualidades: o que falo, eu digo.
Se bem que é bem melhor fazer algumas coisas...

but can be for a couple hours.

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notes: xxx

thanks, baby doll at etvdf

I Love Rock 'n' Roll

Tiago teve que esperar eu me arrumar. E tomar a poção Polissuco. E ela era horrível. Tinha um gosto péssimo, azedo demais. Vi toda a minha transformação, pelo espelho. Cabelo, corpo, unhas, rosto e... altura! Até que ela não era tão feia assim. Nem um pouco, para falar a verdade. Tinha representado ''a garota má'' a semana inteira e meus amigos notaram a diferença, claro. No dia em que fui no cinema com Robb, ele estranhou, mas, na boate, no final da noite, ele disse que iria gostar se eu ficasse assim para sempre.
Fico no mínimo surpresa quando Tiago diz a mesma coisa no caminho para cá. Acho que vou começar a usar mais shorts. Nota mental: lembrar de agradecer Alice por ela ter esquecido suas roupas comigo.
Chegando no Central Park, vejo o Ministro e, logo em seguida, minha chefinha. Nenhum dos dois parece completamente à vontade, mas acho que eu também não estou. Sorte que não parei muito pra pensar no que estou fazendo. Como os comensais podem chegar a qualquer momento, damos início a uma encenação muito bem preparada.
Tiago e o Ministro se posicionam à minha direita e esquerda, respectivamente, e me seguram com força. Não lembro muito bem qual seria a posição de Lissa, mas sei que ela está por perto, provavelmente atrás de mim. Em minha mente, eu sou mesmo Rosalie Lyanna Catelyn, uma comensal perigosa, sexy e prota para tirar qualquer um do seu caminho, mas que, ao mesmo tempo, tem uma postura impecável. Por isso, não tento me soltar em nenhum momento. Pelo contrário, finjo um flerte com Tiago, o que normalmente teria me deixado louca, mas no momeno, era só divertido.
Eu já podia ver os comensais chegando. Tudo ia começar.

Nós, comensais, não sabemos o significado de pegar leve. Principalmente com uma prisioneira. A Delacour sofreu conosco, como jamais sofreu em toda sua vida, tenho certeza. Não se alimentou, mas não foi por falta de comida. Um dos comensais realmente gostou dela e passava muito tempo durante a noite sozinho com ela, na cela. Disse para fazer o que quisesse com ela, desde que não a matasse. Conseguia ouvir alguns gritos dela. Tortura provavelmente, ou quem sabe não. Desconfio que ele lhe levava comida. O estado da noiva era deplorável.
No dia da troca, cada um de nós se aproveitou um pouco dela. Era seu último dia ali, afinal, tinha que terminar com chave do ouro. De noite, Dimitri e eu a trouxemos para o Central Park.
Nós usávamos máscaras, para proteger nossa identidade e também haviámos apagado da memória da Delacour todos os rostos que ela vira na Central. Se lembraria de tudo o que passou lá, mas não conseguiria visualizar um rosto nítido.
Eu a segurava pela cintura com uma das mãos, colada ao meu corpo, e com muita força, para deixar marcas. A outra mão estava na varinha e esta colada no pescoço dela. Um movimento em falso e ela já era. Uma brincadeirinha por parte do Ministério e a noivinha voltaria conosco para a Central, e não sei se sairia mais de lá.
Dimitri ia na frente, caminhando sem pressa. Vi Lyanna, entre o Ministro e o Potter, e então nós paramos, a uma distância considerável deles. Dimitri falaria. Apertei a Delacour ainda mais e a ouvi, em um princípio de choro, muito baixinho.
Cale. A. Boca.
Sussurro no ouvido dela e pressiono a varinha ainda mais no seu pescoço.

Loony @ ETVDF

Amar é Destruir

"The end of the nightmare, an end to torture..."

Doeu.
Todo o tempo que eu passei lá, trancada, doeu muito. Doía pensar nas pessoas se preocupando comigo lá fora, doía saber que eles teriam que entregar a Comensal para me libertar, doía pensar na minha família, doía pensar no casamento arruinado, doía pensar em Ted...
Fui submetida a todo tipo de tortura e constragimentos. Mas eu aguentava tudo, sem reclamar, até quando não fosse mais possível e eu tivesse que gritar. E eu gritei muito. Eles eram incrivelmente fortes e não tinham dó de mim. Só uma vez implorei para que parassem, e foi aí que as coisas pioraram, por isso decidi mantar a boca fechada.
Não tinha como saber a quanto tempo estava presa, mas passou o que pareceu ser uma semana e teve o pior dia de todos. Todos os Comensais me usaram durante o dia inteiro. Torturas e tudo o que eles achavam que deveriam fazer. Um por um. Da forma mais dolorosa possível.
A essa altura, meu vestido já estava reduzido à alguns pedaços de pano para a saia e só ao espartilho na parte de cima. E foi assim mesmo que fui trazida ao Central Park. Será que haviam enfim acabado os dias de tortura?
Chegando aqui, o comensal que estava me segurando, pegou ainda mais pesado. Até o último momento. Vou aguentar. Ele me ameaçou porque reclamei um pouco e então eu não disse mais nada. Não ia chorar. Não agora... Não aqui...
Meus olhos encontraram os de Ted, olhando diretamente para mim. Quero abraçar ele e tentar recompensar tudo o que ele deve ter passado nos dias após o casamento. Nosso casamento perfeito. Nada nunca sai como a gente imagina. Ele estava preocupado e nem conseguia esconder isso. Eu tentei transparecer que estava calma, mas, na verdade, estava fraca. Não tinha comido quase nada no covil dos comensais.
Escuto, calada, o outro comensal conversar e dizer que vai ser uma pena me perder e Lissa Oloked, aquela mulher maravilhosa, dizendo que queria que me entregassem primeiro.
Eu sabia que isso não ia acontecer. Só estava esperando os comensais reclamarem. Eles iriam querer a comensal morena primeiro, é óbviu. Minhas costas doíam, de encontro ao corpo do comensal, e aonde a varinha dele encostava no meu pescoço já devia estar bem vermelho.
Mantinha o contato visual com Ted e isso me deixava mais esperançosa. Embora sentisse que poderia desmaiar a qualquer momento.

Amar é Destruir

Tiago e Isabella chegam juntos. É incrível perceber como a poção funcionou bem. Isabella está igual à Comensal presa. Não só na aparência, mas no jeito de olhar e de andar... No fim, acho que acertamos na escolha, Isabella era a pessoa mais indicada para fazer isso.
Vejo Lissa e então os Comensais chegam. Tiago e eu estamos segurando Isabella/Rosalie e escutamos os Comensais falarem. Lissa pede que entreguem Vic primeiro, como combinado. Meu olhar encontra o de Vic e vejo muitas coisas ali: dor, desespero, força, tristeza. Tenho vontade de largar Isabella e matar os dois Comensais. Tive que escutar que Vic foi um belo ''brinquedinho'' e me repreendo mentalmente, pela milésima vez, por ter deixado eles levarem-na. Ela estava com uma aparência péssima, continuava linda, mas estava acabada.
O Comensal deixa a entender que conhece Lissa, mais do que só como ''colegas'' de profissão. Parece ter alguma intimidade com ela. Tenho que me lembrar de perguntar... Ele pede Rosalie primeiro e nos deixa sem escolhas.
Olho para Lissa e depois para Tiago e nós soltamos Isabella/Rosalie. Enquanto ela caminha para o lado deles, digo, com raiva.
Agora. Vic.
Seria tão fácil simplismente pegar a varinha e matar os dois... Só que era uma atitude impensada, movida pelo desespero. Eu não podia colocar nada a perder. Várias vidas estavam em jogo.